segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Diálogo (e confissões) com Nilto Maciel

Por Clauder Arcanjo

Clauder Arcanjo — Confissão, Nilto?! As melhores, e mais verdadeiras, confissões de um poeta, meu caro Nilto Maciel, se dão através dos seus textos, quer em prosa, quer em versos.

Nilto Maciel — Sim, os poetas se confessam em seus versos e nas prosas também. Mas minha crônica será (deverá ser) mais real, objetiva. Para tanto, faço-lhe as seguintes perguntas.

Nilto Maciel — Quem primeiro você conheceu nas letras cearenses (e quando)?

Clauder Arcanjo — Em primeiro lugar, José de Alencar e Rachel de Queiroz. Quando? Lá pelos idos de 1974. Na biblioteca do Ginásio Santanense, na minha querida Santana do Acaraú, eterna Licânia.

Nilto Maciel — Quando você publicou os primeiros versos ou contos?

Clauder Arcanjo — Primeiro, nasceu o resenhista nas páginas do jornal O Mossoroense, seção Autores & Obras, escondido sob o manto do Carlos Meireles, homenagem a Drummond e Cecília, dois poetas que sempre leio e releio. O Carlos Meireles nasceu em novembro de 2002. Em seguida, pôs o pé no mundo literário o cronista. Com um pouco mais de atrevimento, o debute do contista. Isto tudo nos primeiros meses de 2003. O poeta nasceu em setembro, numa madrugada singular.

Nilto Maciel — Você consegue fazer amizade com escritores?

Clauder Arcanjo — Claro que sim. E, diga-se de passagem, consegui fazer grandes amizades no meio literário. Nominarei algumas, mesmo com o risco, sempre cruel e irreparável, de cair em falta: a com Antônio Francisco, Fábio Lucas, Olga Savary, Sânzio de Azevedo, Dulce Cavalcante, Galego do Jucuri, Manoel Onofre Jr., David Leite, Paulo de Tarso Correia de Melo, Tarcísio Gurgel, Marcos Medeiros, Lilia Souza, Marcos Ferreira, Paulo Bomfim, Nilto Maciel, Audifax Rios, os inesquecíveis Bartolomeu Correia de Melo e José Alcides Pinto, Pardal, Pedro Salgueiro, José Lucas de Barros, Chico de Neco Carteiro, Mario Silveira, Francisco Carvalho, Elvia Bezerra, Nicodemos Sena, Márcia Maia, Rizolete Fernandes, Murilo Melo Filho, Franklin Jorge, José Nicodemos, Carlos Newton, Demétrio Diniz, Aécio Cândido, Dôra Limeira, Ivan Junqueira, Caio Porfírio Carneiro, Kalliane Sibelli, Edmílson Caminha, Adirson Vasconcelos, Leontino Filho, Mário Gerson, Eneás Athanázio, Pedro Simões, Delby Fernandes Medeiros (in memoriam), Carlos Nejar, Patrícia Tenório, Silas Correa Leite, Eduardo Aroso, Edimar Teixeira Diniz, Edgard Telles Ribeiro, Webston Moura, Augusto César, Jessé de Andrade Alexandria, Lustosa da Costa, Honório de Medeiros, Vianney Mesquita, Saulo Ramos, Miriam Carrilho, Raimundo Carrero, Otávio Oliani, Pedro e Tânia Du Bois, Nelson Patriota, Carlos Newton Júnior, Sueleide Amorim Suassuna, Luciano Bonfim, Valério Mesquita, Renard Perez, Marco Juno Flores, Cristovão Tezza, Adélia Maria Woellner, Maria da Paz, Deífilo Gurgel, Cicinato Ferreira Neto, François Silvestre, Eduardo Gosson, Cid Augusto, Anchella Monte, Jotta Paiva, Gildemar Pontes, Regiane Paiva, Pedro Vicente, Zenaide Almeida Costa, Elder Heronildes, Rubens Coelho, Capistrano, Valéria Eik, Virgílio Maia, Luciano Maia, Lúcio Alcântara, Lívio Oliveira, Ítalo Gurgel, Dércio Braúna, Raymundo Netto, Nélida Piñon, Dimas Macedo, Crispiniano, Cícera Bruna, Edílson Pinto, Damião Nobre, Ronaldo Correia de Brito, Bené Chaves, Chico Lopes, Maria Maria, Jarbas Martins, Roza de Oliveira, Danúbio Rodrigues, Nelson Hoffmann, Alencart... Sem falar nos que “convivo” diuturnamente, através dos seus textos, mesmo eles se encontrando em outra dimensão: Padre Antônio Tomás, Machado de Assis, Lima Barreto, João Cabral, Poe, Drummond, João do Rio, Dorian Jorge Freire, Cecília, Rubem Braga, Clarice, Quintana, Moreira Campos, Borges, Miguel Torga, Italo Calvino, Martins de Vasconcelos, Alberto Moravia, Shakespeare, Antônio Maria, Sófocles, Paulo Mendes Campos, Fernando Pessoa, Octavio Paz, Baudelaire, Lúcio Cardoso... Um detalhe, faço sempre questão de ressaltar, amigo Nilto Maciel, os escritores são seres especiais, com todas as idiossincrasias de uma tribo deveras peculiar. E, como antenas da raça, penso eu, merecem toda a nossa consideração. Bem como uma certa dose de paciência, por que não?

Nilto Maciel — Quem são seus melhores amigos escritores?

Clauder Arcanjo — Você quer me colocar em maus lençóis, Nilto! (risos) Digamos que aquele com quem eu esteja conversando agora. No momento, você. (mais risos)

Nilto Maciel — Desde quando você me conhece?

Clauder Arcanjo — Para mim, desde a eternidade. A amizade não se mede com dias e anos, mas com o metro da identificação. No nosso caso, somos, e estamos, ligados pelo umbigo da empatia, da simpatia e da alegria.

Nilto Maciel — Você se irrita facilmente?

Clauder Arcanjo – Não. Sou conhecido como um grande biodigestor. Transformo m... em energia. (risos...)

Nilto Maciel — O que o irrita mais?

Clauder Arcanjo — A ingratidão. Fico possesso, numa fúria incontrolável.

Nilto Maciel — Você bebe (álcool)?

Clauder Arcanjo — Não. Minha cachaça é tão somente a literatura.

Nilto Maciel — Tem nojo de bêbado?

Clauder Arcanjo — Não. Convivo bem com os “bebuns”. Apesar de fazer tudo para que eles abandonem amásia tão ultrajante.

Nilto Maciel — Sonha com o nobel?

Clauder Arcanjo — (Risos) Sonho ou pesadelo?

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