segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A literatura cruviânica de Olga Savary


Por Clauder Arcanjo

Olga Savary. Por completo, Olga Augusta Maria Savary. Nascida em Belém, do Pará, aos 21 de maio de 1933, e criada no mundo. Autora das mais brasileiras e, por conseguinte, das mais universais de nossa literatura. “Brasileiríssima e amazônida”; ela faz sempre questão de frisar.

Quando, há alguns meses, pensamos na criação de um sítio na internet para abrigar os nossos contos, pensamos logo em Olga. Por quê? Porque Olga é polifônica; sua criação, em plena maturidade e saudada por uma miríade de prêmios, mantém o cheiro e o gosto de coisa sempre nova. Up-to-date! Novidadeira e virtualíssima, ela detém engenho e arte cruviânicos. Cruviânicos?!... Sim, caro leitor. Pois como poderíamos definir uma arte que arrepia os cabelos da mesmice, põe Eros no balcão da sensaboria dos dias, e dispõe do amálgama dos mitos e dos ritos universais na floresta imbricada, fechada e, quase sempre, apinhada de espertalhões — pretensos e falsos ícones — da nossa ficção contemporânea?

Como uma espécie de patronesse do nosso site, Savary monta na garupa de Éolo, deleta os maus-olhados, salva a beleza, e zipa no rumo da cumeeira das musas flamejantes. Filha única do engenheiro russo de ascendência francesa Bruno Savary e da desenhista e violonista Célia Nobre de Almeida Savary, Olga labora no campo do fantasticamente real, para inserir-nos nos céus líricos e lúdicos do realmente fantástico.

No mais, é um prazer (re)ler e se reconhecer em Olga.

Um aviso final: quando o vento cruviânico de Olga exibir-se no layout da sua tela, cuide de abrir todas as janelas e portas dos seus arquivos e se deixar invadir-contaminar pelo bendito vírus que vem do Norte. Ao final, você será computado, e selvagemente salvo, por uma medusa-criadora: poeta, contista, romancista, crítica literária e de artes, ensaísta, tradutora e jornalista. Um ser(?) que adora abrir veredas na floresta cultural da memória. Olga Savary: “mãe literária” para nós, curumins da contística. Anima animalis. Natureza viva, travestida de amazônida guerreira, humana e transbordante de tesão criadora. Blogueira de paixão e desvario, a flanar na campina esplêndida e verdejante da sublime literatura. Hélas! Hélas!...

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